quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Simultaneamente amor ...



E cresceu até o tamanho real de si própria, de si mesma e por si mesma aprendeu sobre suas forças intrínsecas e medos, desenvolveu recursos para enfrentar as questões que a vida apresenta e não foge quando acontece. Optativamente se entrega para a consciência e para o comprometido e lindo ritual de habilitação das potencialidades sem receio de abrir todas as caixas e aceitar o conteúdo.
Surpreendentemente fica feliz porque sabe que no meio de tudo e de toda confusão, acredita no fruir do amor aonde quer que ele se encontre, e conforme se apresente desde que seja amor...
Sabe que ama a sedução do amor real que consegue envolver delicadamente, porque atrai quem sabe viver de si mesmo também e que por ser inteiro pode viver e permite sensações impossíveis de se viver sozinho, com momentos inéditos, maravilhosos...
Que disponível para o amor, potente, competente e disposta vive o hoje. Por que a realidade te faz assumir a sua verdade num plano inclinado e sem retorno possível.
 E na inteireza das coisas, gosto assim, porque estimula a paixão, a aventura de assumir sua parte integrante no amor equilibrado, de deixar livre a originalidade alimentada, conquistada pronta e inteira nas relações.
Porque o que alimenta, é a forma colorida, vivida e expressa dos sonhos e envolvimentos em plena comunhão com os dias e as noites...

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Manoelisses ...



"Sócrates fez o seu caminho de cultura e ao fim
falou que só sabia que não sabia de nada. Não tinha
as certezas científicas. Mas que aprendera coisas
di-menor com a natureza. Aprendeu que as folhas
das árvores servem para nos ensinar a cair sem
alardes. Disse que fosse ele caracol vegetado
sobre pedras, ele iria gostar. Iria certamente
aprender o idioma que as rãs falam com as águas
e ia conversar com as rãs. E gostasse mais de
ensinar que a exuberância maior está nos insetos
do que nas paisagens. Seu rosto tinha um lado de
ave. Por isso ele podia conhecer todos os pássaros
do mundo pelo coração de seus cantos. Estudara
nos livros demais. Porém aprendia melhor no ver,
no ouvir, no pegar, no provar e no cheirar. Chegou
por vezes de alcançar o sotaque das origens.
Se admirava de como um grilo sozinho, um só pequeno
grilo, podia desmontar os silêncios de uma noite!"
Manoel de Barros

sábado, 25 de agosto de 2012

Kairós



E assim a natureza do tempo, com sua ação prática e musical exaltava a narrativa de genuínos sentimentos, de uma poesia que reúne sob uma moldura delicadamente especial o destaque da natureza balética de uma sinergia. Sem pretensões e convenções, a totalidade emocional vai se apresentando como uma paleta de uma pintura que desabrocha luz, cor e formas que sugerem cenários fantásticos e interlúdios, tonalidades e interpretações indispensáveis da linguagem sincrônica, fluida, edificante...
 O todo que sustenta e realça a presença é a progressiva admiração, a espontaneidade dos desejos a aproximação para deixar a vontade de flutuar de braços abertos no domínio do abracadabra dos tapetes voadores cada vez mais possível.
O tempo me mantém sobre custódia, meus olhos continuam a encarar esse sentimento como um monumento a ser descoberto, que pouco a pouco revela à multifacetada e aforística força de intenção que reside em cada contorno expresso dos estímulos que emite.
E enquanto eterna hiperativa, sensitiva, apaixonada, que honra o amor e as maravilhas do Universo da melhor maneira que pode quase instintiva agindo sem pensar em toda mecânica planetária também tento acalmar essa euforia magnífica, sem fronteiras desse ecossistema complexo que reside em mim.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Psicosensitiva


E eu não quero os morangos congelados e secos da NASA, quero meia-luas na taça e porções de estrelas ...  por toda sensação que provoca, por todo o gosto que reserva o deleite de se permitir tudo o que faz bem ao coração e a alma.
Eu desejo o que não  posso defender pela razão, o que impulsiona continuar ao longo do desconhecido, para acessar a floresta de infinitos estímulos e sabedoria que durante o trajeto, me reserva sorrisos que soam como musica que componho com alegria e canto com docilidade.
E enalteço sim tudo o que me gera um significado emocional, simbólico ou mesmo místico, porque valorizo tudo o que é, ou alimenta o centro de inspiração em minha vida, porque tenho mesmo essa tendência a entrelaçar cores e reverenciar as essências de tudo o que há de original em cada presença, de confiar nas pessoas que apreciam a vida de uma maneira intensamente pessoal, que tateiam o sublime e me fazem  de olhos fechados seguir na floresta porque esse torpor natural e verdadeiro me agrada e porque essas associações de amor, criatividade, bom humor, intensidade e entrega não desaparecem facilmente, e a gente nunca esquece. E porque esse alimento da Vida nutre tanto meu corpo e minha força em ser quem sou, quanto o amor alimenta minha alma ...

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Pla & Tônica


Ele não descreve um conto...
Ele transcreve seus sentimentos com a coragem de um eterno apaixonado.
Que incrível um homem assim, eu penso.Não sei se é tímido, não sei se é de verdade. 
Mas me fascina. 
Disse que não mais leria seus textos.
Não pude evitar.
Ele tem um livro dentro de si, e eu quero ler...
Ele não imagina, não sabe, e não me conhece.
E por enquanto, gosto assim.
Meus olhos investigadores, típico de uma virginiana com ascendente em peixes amplia cada palavra dos seus textos e no final da leitura que surpreendentemente sempre me tira um sorriso, eu chego à conclusão que ele me faz sonhar um sonho interessante.
Faz-me flertar com sua autobiografia escrita a pena e nanquim, como um bom romancista que declara em Crônicas, intenso, fértil, cuidadoso com as palavras, divertido, e geograficamente autentico. Então hoje, sua corajosa exposição me tira da reclusão, me inspira a escrever.
E me leva a uma Terra estranha, onde tenho vontade de descrever com riqueza de detalhes, de sonhar o cenário em quatro dimensões, de usar o presente simples ao invés da progressiva usual, de escolher com tanta precisão as palavras, como ele o faz, de citar essa situação estranha e extraordinária, e criar um ambiente para que eu me apresente a ele num só toque, e tornar em um só sopro poético e criativo todas as coisas novas e possíveis.
Só porque eu sinto que podemos.