Cansada sim, com medo não...
Agitação no momento de curar antigas feridas e sair da ambivalência
paralisante. E nestes dias de agitada
quietude forçada, eu percebi que não vim preparada para enfrentar cortes e
pontos, mas que na hora da verdade, ao menos para mim não existe nada além de
inspirar profundamente ganhar coragem e deixar ser, acontecer... Por fim deixar
ir.
E entre a roupinha azulzinha de smurffet, e a resistência de
Sísifo perante as picadas de potássio com 500 ml intravenoso, eu pedi que minha
criatividade, nem no momento de dor seja censurada, ou banida. E nessa incomum
semana Gróguica (ato de estar grogue), e onde minhas escolhas abriram mão para
a obediência sem consulta para a reestruturação da minha saúde e com a acuidade
de uma loba deixar meu requintado ouvido ainda mais apurado, e curado.
Curiosa para o que vai ser diante de tudo o que é, meu corpo
me estimula a aguentar ficar quietinha porque sabe que vai ser recompensado. E
meio que olho para tudo isso e digo numa entre a sensibilidade vulnerável e a ansiedade,
assimilo Gre, é pro seu próprio bem.
Quem me conhece e ou me lê, sabe que não sou uma mulher que
cede com facilidade, e com entrega e humildade tive que aprender a fazer
diferente do “meu jeito” que estava habilitado a ser respeitada por seu próprio modo e fazer
as coisas como bem achar melhor.
Agora, escrevendo textos diferentes dos habituais,
corticóidica e inchada, numa roupa azul nada charmosa penso com toda vontade no
Amor...
Amor mesmo. Toque, olhares intermináveis, beijo com direito
a todas as temperaturas, musicas pra dançar coladinho na sala sozinhos, receitas
pra fazer a dois, lençol perfumado, estrelas, Primavera, bom humor, risadas
gostosas e vinho tinto... Porque é disso que eu gosto, de ser acolhida nos meus
destemores e veemências quando se trata de culinária, amor, paixão prazer e
sonhos.De ser despida e investigada com o olhar de reciprocidade e soltar meu
cabelo em meio aos braços do meu amado para um chamego charmoso.
E nesta noite eu quero uma alegria imensa, não só continua,
mas crescente, para me deixar atarefada de pensamentos e o tesouro de um texto
seu. Porque a fome e intensidade de um instinto feminino apaixonado aumentam ainda
mais na Primavera... E me amar na Primavera é como abrir e entrar
majestosamente em meu coração e pensamentos.